O Regimento de Infantaria 10 (RI10) é uma unidade territorial do Exército Português, localizado no extremo da Península de S. Jacinto, confrontando a Sudeste e Sul com a Ria de Aveiro, a Oeste com o Oceano Atlântico e a Norte com a povoação de S. Jacinto.
O espaço onde se encontra hoje o Aquartelamento do Regimento de Infantaria 10, é por força do seu passado militar, um caso especial, senão único, das Forças Armadas Portuguesas.
De facto, desde 1 de Abril de 1918 até aos nossos dias, aquartelaram sucessivamente em S. Jacinto, tropas dos três Ramos das Forças Armadas, tendo em várias épocas desempenhado papéis relevantes, em matéria de defesa dos interesses da Nação.
A presença militar em S. Jacinto, inicia-se durante a 1ª Guerra Mundial, com a instalação de uma pequena base da Aviação Naval Francesa em 1 de Abril de 1918, com o objectivo de combater a acção submarina do inimigo alemão, desde a Mancha ao Mediterrâneo.
Após o final da I Guerra Mundial foi entregue ao Governo Português, e em 1919 passa a designar-se: Centro de Aviação de S. Jacinto. Em 1921 é construído em S. Jacinto o maior Hangar de então da Península Ibérica para Hidroaviões. Em 1933 é instalada neste espaço, a Escola de Aviação Naval "Almirante Gago Coutinho". Em 1937 começa a ser construída uma pista terrestre que permite à base, além dos hidroaviões, passar a operar também aviões convencionais. Esta pista virá a ser a primeira iluminada electricamente em Portugal, permitindo descolagens e aterragens nocturnas em maior segurança.
Em 1952, com a criação da Força Aérea Portuguesa, as instalações são transferidas para este ramo, passando a designar-se Base Aérea Nº 5 (BA5) sendo extinta em 1957 para dar lugar ao Aeródromo Base Nº 2 (AB2). O AB2 é substituído pela Base Aérea Nº 7 (BA7) em 1957.
Em 1977 é desactivada a BA7 e passa a localizar-se no seu aquartelamento a Base Operacional de Tropas Pára-quedistas Nº2 (BOPT2).
No entanto, a aviação militar não acaba, pois o mesmo Despacho do CEMFA, ao desactivar a BA7 cria, juntamente com a BOTP2, o Aeródromo de Manobra Nº 2 (AM2).
Em 1992 o aeródromo militar é desactivado como unidade independente.
Em 1994 a Base de Pára-quedistas passa para a tutela do Exército com a denominação de Área Militar de S. Jacinto (AMSJ).
Ao longo da sua história as instalações onde hoje se encontram as instalações do RI10 tiveram as seguintes denominações:
- 1919 - 1933 Centro de Aviação Naval de S. Jacinto
- 1933 - 1952 Escola de Aviação Naval "Almirante Gago Coutinho"
- 1952 - 1957 Base Aérea Nº 5, da Força Aérea Portuguesa (FAP);
- 1957 - 1957 Aeródromo-Base Nº2, da FAP;
- 1957 - 1977 Base Aérea Nº7, da FAP;
- 1977 - 1992 Aeródromo de Manobra Nº2, da FAP;
- 1977 - 1993 Base Operacional de Tropas Pára-quedistas Nº 2, da FAP, partilhando as instalações com o Aeródromo de Manobra Nº2;
- 1994 - 2006 Área Militar de S. Jacinto, do Exército Português.
No seguimento da nova Lei Orgânica do Exército, aprovada em principios de 2006, a AMSJ passou a ser uma Unidade da Estrutura Base do Exército, adoptando então a designação de Regimento de Infantaria Nº 10, dependendo da Brigada de Reacção Rápida.